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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

FALSOS MESTRES E FALSOS PROFETAS.

Com todo respeito, nenhum pastor ou líder dito cristão, que vive cercado de luxo e ostentação, por conta do sacrifício dos ingênuos pagadores de dízimos, devem servir de inspiração ou de referência para o cristianismo, pois como ensina o apóstolo Paulo, ele, pela sua dedicação integral ao evangelho, poderia reclamar o direito de ser sustentado pela igreja, porém, para em nada ser pesado aos irmãos, Preferia trabalhar para ganhar o seu sustento, exemplo este nunca seguido pelos chamados de grandes pregadores ou conferencistas, mas que na verdade não passam de exploradores da fé, aproveitadores e deturpadores do sagrado evangelho, ao se utilizarem dos recursos arrecadados pelo rebanho, na sua grande maioria formada por pessoas pobres e carentes, exatamente o contrário do modelo de igreja idealizada e fundada pelos Apóstolos.


Se vivessem a humildade, simplicidade e sobretudo, a solidariedade que ensinam, seriam dignos de crédito, mas enquanto cobrarem cachês para ministrarem, como se fossem apenas palestrantes de luxo, enquanto se separarem como elite, promovendo e participando de eventos que excluem os pobres, não passarão de atores de púlpitos.

A palavra por eles falada, da parte de Deus, sempre surtirá efeitos, pois é de um Deus fiel, comprometido com o que fala. Mas como advertiu o mestre Jesus, no dia do julgamento, haverão de alegar que curaram e realizaram milagres em nome de Jesus, mas dele ouvirão: "Eu não vos conheço. Apartai-vos de mim, vós todos os que praticam a iniquidade"...

Seu sermão eloquente, chega a emocionar, fazendo com que muitos afirmem: " É muita unção de Deus". No entanto sua prática está distante do seu discurso. Falam de um paraíso futuro e de um tesouro espiritual, mas a verdade é que eles preferem mesmo é experimentar o tesouro terreno e as riquezas deste mundo, deixando para os pobres a esperança do tesouro do porvir.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sobre os escândalos protagonizados pelos religiosos


Eu diria que, para o verdadeiro e esclarecido cristão, que antes de mais nada, aceitou a Cristo pela fé, e se deixa conduzir pela sã doutrina, os episódios escandalosos envolvendo lideres religiosos, em nada lhes abala a fé, pois o verdadeiro cristão entende perfeitamente o que disse Jesus, advertindo sobre o comportamento vaidoso e malicioso daquele que aprecia ser tratado como líder, desde aqueles tempos( MT 23: 05 - 11). Primeiro por que devemos  nos espelhar unicamente nos exemplos de vida e de caráter deixado pelo próprio Cristo, e só devemos receber orientações de quem tem dignidade e honra, para aconselhar, doutrinar e conduzir o santo rebanho do Senhor Jesus, ou seja, os santos apóstolos. Quem quiser ser o maior, seja o menor, já diria o nosso mestre supremo(MT 20:27-28).
Amados, se prestarmos atenção, desde o atos dos apóstolos, até o apocalipse, nunca veremos os verdadeiros líderes e orientadores da igreja assumindo uma postura em descompasso com os princípios fundamentais do cristianismo- O Amor, a compaixão, a solidariedade e a honestidade, isso na prática, e não apenas em discurso.  Esses valores, foram construídos na figura humilde e simples, de alguém que era mestre na arte de ensinar pelo exemplo de vida- O Nosso amado salvador Jesus Cristo.
Na minha opinião, a verdadeira igreja, fundada por Jesus, nunca sofreu qualquer deterioração moral, porque esta igreja tem um corpo espiritual ligado àquele que a criou- O próprio Cristo. Por isso tem atravessado mais de dois milênios de história, sem nunca ter se contaminado com o câncer da ganância e jamais ter se dobrado à mentira e a hipocrisia.  A igreja de Jesus Cristo, não é uma denominação institucionalizada criada por homens, para a sua própria honra e bel prazer. Ela não faz e nem recebe homenagens dos sistemas políticos corruptos e desonestos deste mundo. Os lhos carnais não conseguem enxerga-la, pois os seus valores não são reconhecidos pelas divisas da hierarquia humana. O bom caráter e a humildade, são a sua marca, quase sempre nunca notados. Os frutos do seu comportamento,porém,  não podem ser negados, pois o seu pilar principal é o amor verdadeiro, vivido e ensinado pelo seu fundador, e traduzido em atitudes, conforme escreveu o apóstolo Paulo(1Co. 13: 1-8,13).


Se quisermos buscar verdadeiramente bons exemplos, para fortalecer a nossa fé, temos que buscar no santo evangelho, na doutrina dos apóstolos, pois à luz da honestidade, infelizmente, não há um líder religioso, pelo menos entre os reconhecidos pela mídia,  que tenha moral para ensinar os princípios básicos do cristianismo- A humildade, a simplicidade e a  solidariedade, por exemplo.

Pergunto: Para um verdadeiro cristão, é possível viver confortavelmente, em paz com a própria consciência, sabendo que o preço do seu bem-estar, é a contribuição sacrificada de quem as vezes não tem sequer o pão para alimentar sua família?  Foi esse o modelo de liderança deixado por Jesus Cristo? Acho que não, pois os pobres e necessitados que seguiam ao Senhor, eram socorridos e alimentados por ele, e não explorados, como acontesse nos dias de hoje(MC 6:34-44). No milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, fica a lição, de que, quando usamos de boa vontade e temos atitude, em vez de transferir responsabilidades, Deus age, fazendo com que o que parecia impossível, se torne possível.(milagre)

Imagino que no tempo dos apóstolos, a finalidade da a arrecadação, seria primeiramente socorrer aos necessitados, para depois custear as despesas necessárias na obra da evangelização. Isto seguindo critérios justos, pois se lermos no atos dos apóstolos, veremos que a contribuição era dada por aqueles que tinham posses, e os beneficiados eram aqueles que pouco ou nada possuíam(AT 4:34), em conformidade também com o que estabelece o objetivo da arrecadação no antigo testamento(Dt 18:1-8). Ou seja, tanto antes como hoje, entre os irmãos, aqueles que não tem bens nem herança, devem ser o alvo primeiro das ofertas recolhidas na igreja.  Hoje, porém, ao contrário do nos ensina as sagradas escrituras, a maioria dos chamados líderes religiosos, constroem verdadeiros impérios à custa da miséria dos fiéis. Fazendo uso malicioso das escrituras, ensinam aos incautos, que sem a entrega do dízimo, não é possível ser fiel à Deus, e portanto impossível entrar nos céus, mesmo sabendo que as escrituras deixam claro que o dízimo é propósito, particular e pessoal, não um mandamento, muito menos lei, pois já era mencionado muito antes da lei e dos preceitos mosaicos(Gn 14:17-20), no entanto,por causa da avareza de muitos, foi necessário lembrar sobre o propósito do dízimo, que antes de qualquer coisa, é evitar que haja escassez na casa do Senhor, entre os levitas, o que representa os que o servem na sua casa, sem contudo não possuírem riquezas ou herdades- Os necessitados no meio do seu povo, não a vida pessoal de um pretenso sacerdote ou um suposto ministro(ML 3:6-12).

Enquanto isso, muitos destes presunçosos,  regalam-se com a penosa contribuição dos fiéis, para o seu usufruto pessoal.  Hoje, inclusive os mais vaidosos, sequer aceitam fazer suas viagens "missionárias", via rodoviária e alguns, já se recusam à fazer vôos comerciais ou mesmo táxi aéreo. Se a aeronave for um bimotor, por exemplo, a resposta é: ["Só se for de jatinho"]. Sem falar nos que não aceitam "pregar o evangelho", se não lhes for garantido um generoso cachê. E ainda se defendem recorrendo à bíblia, dizendo que "Todo trabalhador é digno do seu salário".. por falar em bíblia, pporque será que ignoram o que escreveu o apóstolo Paulo aos tessalonicenses 3: 6-10. Se quisermos ver o perfil completo deste homens, basta ler em 2 Timóteo capítulo 3, versículos de 1 a 9.

O que me deixa tranquilo, é saber que nada disso tem a ver com  igreja pura, santa e imaculada- A igreja de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Esta, tem um caráter irrepreensível, perante Deus e os homens, portanto nada tem a ver com o pseudo modelo evangélico global.

Finalmente, meditando no que diz o apocalipse 22:11, é tempo de assumir posturas. É importante saber, no entanto, que a porta da graça ainda está aberta, e mesmo para quem está dou outro lado, é tempo de voltar ao primeiro amor e se reconciliar com Deus e com a verdadeira igreja, que está presente em todo mundo, escondida em atos de amor, verdade e compaixão, que se revelam na  autêntica adoração à Deus. 

Amados, anseio pelo dia, em que fora dos holofotes e das câmeras da grande mídia, o trigo será colhido e recolhido para o celeiro, e finalmente o joio será desmascarado e destruído. Por isso não tenho medo e nem me deixo confundir por escândalos religiosos. Minha fé em cristo me leva a crer, que a minha luta é contra minha própria carne; contra as injustiças do mundo e contra as poderes das trevas que tentam enganar e seduzir os escolhidos.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Dízimo: Mandamento, lei ou propósito?

Amados, peço aqui a inspiração divina para discorrer sobre um dos temas mais polêmicos que envolve as denominações evangélicas- O dízimo. Por isso, desarmados de espírito e conceitos próprios, busquemos humildemente a direção do pai celestial para tratarmos de um assunto que deve ser bem compreendido por todo aquele que  busca servir ao Senhor de todo coração.

Para muitos, o recolhimento da décima parte das dádivas de Deus, para a igreja, mais do que uma recomendação, ou ordenança, chega a ser   uma lei, ou mesmo mandamento. Já para outros, trata-se de um propósito muito pessoal, que que assim como todo voto, só terá validade se for expressamente espontâneo, portanto não pode ser confundido com uma imposição, ou fardo.

Para ajudar na compreensão do tema, vamos buscar a abordagem bíblica- texto e cotexto, para somente então expressar opinião. O primeiro registro bíblico que trata sobre a instituição, aplicação e destinação do  dízimo, está no livro de Genesis 14.20, e se refere somente ao dízimo dos despojos, que era prática de pagar dízimo no oriente, um costume da comunidade, pagava-se a um Deus ou rei, isso anterior à lei mosaica. Abraão pagava dízimos a Melquisedeque por motivo de respeito, e consideração, não foi uma instituição divina, mas uma atitude particular de Abraão. 

O dízimo aqui é no sentido de tributo, para honrar ao sacerdote de Deus.
- Abraão deu o dízimo do excedente conquistado na guerra. - As posses recuperadas por ele pertencia a Ló (Gen 14.16) - A maior parte pertenciam ao rei de sodoma e gomorra (Gen 14.11)

- Nada pertencia a Abraão. Fica claro que o Dízimo ensinado nas igrejas, é muitíssimo diferente do ensinado nestes casos de Abraão, pois não onerou a renda do Patriarca, é no aspecto de tributo, e não era uma obrigacao sistemática, mas um fato isolado.
Agora Jacó, que era neto de Abraão, foi mais além pois se comprometeu de forma sistemática a dar o dízimo, mas não foi uma determinação Divina novamente, mas por que ele fez voto a Deus. (Gên 28:20/22), e se Deus nao atendesse seu pedido de voto, logo Jacó estava desobrigado ao pagamento do dízimo.


Números 18:24, e diz: " Porque os dízimos que os filhos de Israel oferecerem ao Senhor em oferta alçada, eu os tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse que nenhuma herança teriam entre os filhos de Israel.  O texto é direto e muito claro, quando indica o objetivo do recolhimento da arrecadação da décima parte de todos os rendimentos dos Hebreus. Em seguida, a ordenança se refere aos próprios levitas, beneficiários dos recursos do dízimo- "Também falarás aos levitas, e lhes dirás: Quando dos filhos de Israel receberdes os dízimos, que deles vos tenho dado por herança, então desses dízimos fareis ao Senhor uma oferta alçada, o dízimo dos dízimos (Números 18:26)

Os textos à seguir, do mesmo livro, referem-se á destinação, e ao responsável pelo recolhimento dos dízimos: "Assim fareis ao Senhor uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos de Israel; e desses dízimos dareis a oferta alçada do Senhor a Arão, o sacerdote"(Números 18:28)
Portanto lhes dirás: Quando fizerdes oferta alçada do melhor dos dízimos, será ela computada aos levitas, como a novidade da eira e como a novidade do lagar(Números 18:30).


Para resumir essa primeira abordagem, podemos ler também em Deuteronômio, capítulo 12, versículos 6, 11 e 17; e 2 Crônicas 31:12., onde de forma detalhada, estão contidos os todos ritos de aplicação e disciplinação do dízimo, e se reparamos, além do ato de adoração de quem tributa à Deus, a única motivação para o recolhimento de recursos do povo, era o de atender as necessidades da tribo de Israel que não teve direito à nenhum outro tipo de herança ou bem, de tudo o que cabia às demais tribos israelitas, pois pertencia aos mesmos levitas, a responsabilidade pelo cuidado, ornamentação e adoração no Templo. 


Portanto não plantavam, nem colhiam, muito menos contavam com qualquer outra fonte de renda. Sua única ocupação era na casa de Deus; e para alimentar seus filhos, contavam com as oferendas do dízimo, que não eram a mesma coisa que ofertas de animais destinados ao o sacrifício, mas os mantimentos, resultantes da arrecadação de cereais; da lavoura, e objetos de ouro e prata, que tirado o dízimo dos mesmos, pelos levitas,que por sua vez, entregavam ao sumo-sacerdote, servia para o seu usufruto. Tudo determinado e disciplinado pela própria lei. E assim, não havia necessitados na casa de Israel.

Lançando o olhar sobre o novo testamento, em MT 23:23, observamos o duro discurso de Jesus contra os fariseus, que se gabavam de devolver o dízimo de tudo que possuíam, esquecendo-se, porém dos  valores mais importantes para Deus. O texto diz:  "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas". 

Assim sendo, não precisamos nos esforçar muito para entender que o mestre não desvalorizou em momento algum a prática do dízimo, tampouco insinuou aboli-la,  porém, foi incisivo em afirmar que tal prática, como uso religioso, nunca será mais importante do que valores, como o senso de justiça; a fé e a misericórdia. Entende-se portanto,  que  o dízimo aparece como propósito ou voto pessoal, a respeito do qual, não precisamos prestar conta à ninguém, senão àquele ao qual o voto foi destinado

Diferentemente do antigo testamento, quando era lei, a  importância do dízimo naquele tempo tinha o objetivo de resguardar o direito dos levitas, que não possuíam outra fonte de sustento- Deuteronômio 14.24 a 27 – E quando o lugar que escolher o Senhor teu Deus para fazer habitar o seu nome, for tão longe que não os possa levar, vende-os e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o Senhor teu Deus e compre tudo o que a tua alma desejar, e come ali perante o Senhor teu Deus, e alegre tu e tua casa. Porem, não desamparará ao levita que está dentro das tuas portas e não tem parte e nem herança contigo; No novo testamento, o dízimo não foi abolido, porém, assim como todo o conjunto das leis mosaicas, ele deixou de ser uma imposição, para se tornar uma ação espontânea de conotação individual, como um propósito.


Aqueles que pretendem defender o dízimo como lei, ou ordenança no Novo Testamento, ancoram-se apenas em uma bíblica, que é exatamente Mateus 23:23, e sua repetição em Lucas 11:42:

"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas ".


É preciso lembrar que nós cristãos não somos fariseus.

- Deve-se considerar que os fariseus ainda viviam sob a Velha Aliança e que certamente deviam ter como prática todas as ordenanças das leis mosaicas; o que temos aqui não se trata de elogio ao ato de dizimar a hortelã, o endro e o cominho, mas o que há aqui é uma enorme repreensão por não estarem praticando o principio fundamental da doutrina dos dízimos (“a saber, a justiça, a misericórdia e a fé”), isto é a justiça social estabelecida, ou seja a ajuda humanitária aos pobres, propiciada pelo antigo sistema.

“Então virá o levita pois nem parte nem herança tem contigo), o peregrino, o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o Senhor teu Deus te abençõe em toda obra que as tuas mãos fizerem”.

Jesus não estava validando a aplicação desta doutrina em nossos dias, mas estava simplesmente realçando que o mais importante no antigo preceito não era a contribuição do dízimo, mas o resultado, isto é, em que se estava aplicando todos aqueles recursos, se para satisfazer privilégios de uma aristocracia dominante, ou para suprir as necessidades dos menos favorecidos, como era no antigo testamento em relação aos levitas.

Lucas 11.42 não é justificativa para se aplicar o dízimo, é uma reprensão aos fariseus hipocritas. Até aqui não existe necessidade do recolhimento do dízimo na Nova Aliança, pois não estamos agora debaixo da Lei mas da Graça. 
Finalmente, cabe a seguinte pergunta para os defensores da cobrança do dízimo como obrigação:


ALGUM PADRE OU PASTOR JÁ SE PERGUNTOU POR QUE JESUS E SEUS 12 APÓSTOLOS NÃO PAGAVAM O DÍZIMO ?

A resposta é simples: Ora, Jesus e os discípulos não davam o dízimo, porque não eram proprietários de terras, assim como os da tribo de leví, e  todos nós que não  possuímos vastas propriedades.


Será que era isso que Jesus queria dizer, quando recomendou: Dai á Cesar o que é de Cesar, e à Deus o que é de Deus?(Mc 12:17) ou será que ele quis nos ensinar que o tributo aos governantes é cobrado em dinheiro, enquanto para Deus, é em medida de dedicação à serviço dos irmãos, afinal Jesus mesmo foi que afirmou:Quando fizestes à um dos meus pequeninos, a mim o fizestes(M :25:40). Já para os que querem justificar seu usufruto da arrecadação da igreja, o apóstolo Paulo responde na sua segunda carta aos  Tessalonicences 03:08-10:


"Nem comemos de graça o pão de ninguém, antes com labor e fadiga trabalhávamos noite e dia para não sermos pesados a nenhum de vós. Não porque não tivéssemos direito, mas para vos dar nós mesmos exemplo, para nos imitardes. Porque, quando ainda estávamos convosco, isto vos mandamos : Se alguém não quer trabalhar, também não coma."  


Mas se alguém quiser seguir o modelo de contribuição instituído na bíblia,  para os nossos dias, cujo objetivo é socorrer os irmãos em suas necessidades, para que não haja padecimento por falta de pão no meio da igreja,  leia Atos dos apóstolos 02:44-46, que diz: " E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister". Ou seja, praticar a equidade, repartindo os bens para suprir as necessidades dos irmãos, por parte dos mais abastados, deixou de ser uma obrigação imposta pela lei do  dízimo, para se tornar um ato de amor espontâneo, de quem não se sente bem, possuindo riquezas, enquanto seus irmãos padecem necessidades.

Diante do texto bíblico que vimos, fica claro que a tarefa de custear as despesas, investir na obra de Deus e socorrer os necessitados, cabe aos possuidores de recursos, não ao pobre, como ocorre no modelo global de arrecadação praticado pelas denominações chamadas evangélicas.

Sobre o outro aspecto do dízimo, que diz respeito à oferta de adoração, é algo estritamente pessoal e individual, e não se refere á dinheiro,ou a bens materiais exclusivamente, mas a tudo que pode ser oferecido ao Senhor, o que inclui o trabalho e o sacrifício demonstrado através da obediência abnegada aos mandamentos de justiça e de amor; e da renúncia de prazeres e privilégios. Isto sim, segundo as sagradas escrituras, parece ser a melhor forma de devolver ao Senhor, o verdadeiro dízimo.

Que o derramamento do amor do pai, desfaça os laços da vaidade; da avareza e da ganância que acorrenta a muitos ao egoísmo, e nos faça mais irmãos e verdadeiros adoradores do Deus vivo. Fiquem todos na paz.








quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O que nos salva. A fé ou as obras?


Este é um antigo questionamento, feito desde o início do cristianismo, e que até os dias de hoje, divide opiniões entre os teólogos e estudiosos do novo testamento. Afinal, em algum momento até mesmo os escritores bíblicos parecem divergir sobre o assunto. Na carta de Paulo aos efésios, o apóstolo afirma que a salvação é um dom de Deus, que independe das obras, para que ninguém se glorie dos seus próprios feitos(Ef. 02:08-09).

Já o apóstolo Tiago, no segundo capítulo da sua carta, coloca a fé e as obras na mesma equivalência, quando escreve: "Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma. Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me tua fé sem as obras, e eu com as obras, te mostrarei minha fé"

Para tentar entender esse aparente conflito, precisamos descobrir à que obras, o apóstolo Tiago se referia, quando dizia que estas estão indivisivelmente ligadas à fé. Em resumo, parece claro em ambos os textos, que a salvação  independe de obras, quando se pensa no direito à vida eterna, conquistado na cruz do calvário pelo senhor Jesus, cujo primeiro beneficiário foi o malfeitor que estava crucificado á sua direita, quando o mesmo clamou pela divina misericórdia, e de pronto teve a resposta do salvador: - “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso”(Lc 23:43).

Já as obras, que devem acompanhar a fé, destacada por Tiago, é o conjunto de qualidades, desde as mais fundamentais, como a honestidade e a sinceridade, até aquelas que vão além do perfil do bom cidadão, como a solidariedade e a compaixão. Ou seja, o  caráter cristão, que deve ser modelo de conduta, para todo aquele que conheceu e aceitou a Jesus Cristo como salvador. Aliás, isto está descrito claramente no texto que fala sobre os frutos do espírito. Leia Gálatas 05:22).

As boas obras, não compram a salvação,pois esta já foi paga com o sangue do próprio filho de Deus, mas aquele que recebeu a salvação, deve andar nelas , pois o texto de Paulo aos Efésios, a cerca do assunto, completa dizendo: Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”(Ef 02:10.,

Em resumo, as boas obras foram preparadas pelo próprio  Deus, exatamente para  que o homem salvo por Jesus, possa sobressair como a luz em meio as trevas, como está escrito em MT 05:16- “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus”.  

Por outro lado, e infelizmente, muitos,  ditos cristãos, usam como desculpa o texto de Paulo aos efésios, para justificarem sua falta de amor, solidariedade, e até mesmo sua falta de caráter, ao afirmarem que não precisam de boas obras para serem salvos, e assim, preferem ser maus, e até mesmo desonestos, como se o fato de crêrem no Senhor, como único Deus, lhes garantisse  salvação eterna. Para esses, ficam as palavras do apóstolo Tiago, no capítulo 02 e versículo 19 de sua carta.

É preciso ressaltar, porém, que não importa quanto esforço empreendemos, em boas atitudes. Pelos nossos próprios méritos jamais seríamos merecedores do favor eternal que nos reconcilia com Deus, pois o preço necessário para nos dar essa condição, já foi pago através do sangue derramado pelo cordeiro de Deus.

Porém, assim como todo ser humano, ao se tornar consciente, absorve o caráter dos pais,  o novo cristão, adquire as qualidades do seu mestre, repassados pelos ensinamentos contidos nas sagradas escrituras- O que fica bem definido no texto de Gálatas 05:22. Se isto não acontece, toda prática religiosa, incluindo a oração,  passa a não ter nenhum valor, como fica claro no capítulo 2 e versículos 15 e 16  da carta do apóstolo Tiago.

O problema, é que quando o assunto é solidariedade, fraternidade e generosidade, poucos são os que se dispõem a praticar o verdadeiro cristianismo. Entre os ditos cristãos do nosso tempo, que possuem riquezas, quase não há boa vontatde, e isso fica claro no enorme abismo que separa a condição financeira e a qualidade de vida entre pobres e ricos, participantes das mesmas igrejas ou denominações.

Bem diferente do modelo de irmandade implantado pelos apóstolos, no início do cristianismo, como podemos ver em At 02: 44-46; e 2 Co. 08: 12-14; a  maioria dos irmãos que possuem riquezas hoje em dia, e  que ainda não passaram pela verdadeira conversão, em vez de admitirem os seus erros e se submeterem aos mandamentos e orientações das eccrituras, fazem deste e de outros temas, meras e intermináveis discussões teológicas e filosóficas, como forma de camuflar sua astuta  ganância, avareza e falta de amor, e o mais grave, na maioria dos casos, apoiados pelos seus líderes, que compartilham não apenas do mesmo raciocínio, mas também do mesmo comportamento.

Tais pessoas, fazem como os religiósos hipócristas contemporâneos de Jesus, que foram duramente criticados pelo mestre, como podemos ver em Mc: 07:06, que diz: “E ele, respondendo, disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim“.

Finalmente a graça e imensurável misericórdia de Deus, atrvés de Jesus Cristo, nos trás a certeza de que, mesmo sem merecer, recebemos o perdão divino, pelo qual podemos ser salvos, sem porém, nos descuidar da nossa conduta, que em tudo deve buscar a perfeição, e isto implica em boas obras, que reproduzam tudo que aprendemos do nosso mestre e salvador Jesus- Como diz o texto:  "Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"(Jo. 8:31-32).  Nisto, unidas estão, a fé e as obras,  como garantia da nossa salvação. Obrigado pela sua atenção. Fique na paz de Cristo.


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A verdadeira felicidade. Como encontra-la?


De acordo com um importante dicionário da língua portuguesa, felicidade (lat felicitate no latim) ó o estado de quem é,ou está feliz, que por sua vez significa ventura, Bem-estar, contentamento, bom resultado, ou bom êxito. 


Zoroastro, místico que teria vivido por volta do século VII a.C. no atual Irã, criou uma doutrina religiosa, o zoroastrismo, que se baseava numa luta eterna entre o bem e o mal. O bem incluiria tudo o que fosse agradável ao homem: beleza, justiça, saúde, felicidade etc. No final dos tempos, haveria a vitória definitiva do bem. A missão dos homens seria a de procurar apressar essa vitória final, através de uma conduta individual correta obteriam a felicidade definitiva.


A felicidade é também, o tema central do budismo, doutrina religiosa criada na Índia por Sidarta Gautama por volta do século VI a.C. Para o budismo, a felicidade é a liberação do sofrimento, liberação esta obtida através do Nobre Caminho Óctuplo. Segundo o ensinamento budista, a suprema felicidade só é obtida pela superação do desejo em todas as suas formas. Um dos grandes mestres contemporâneos do budismo, o Dalai Lama Tenzin Gyatso, diz que a felicidade é uma questão de treinamento mental.
Mahavira, um filósofo indiano contemporâneo de Sidarta Gautama, enfatizou a importância da não violência como meio de se atingir a felicidade plena. Sua doutrina perdurou sob o nome de jainismo[3].
Para o filosófo grego Aristóteles, que viveu no século IV a.C., a felicidade estaria no equilíbrio, na harmonia[4].
Epicuro, filósofo grego que viveu nos séculos IV e III a.C., defendia que a melhor maneira de alcançar a felicidade é através da satisfação dos desejos de uma forma equilibrada, que não perturbe a tranquilidade do indivíduo[5].
Pirro de Élis, filósofo grego contemporâneo de Epicuro, também advogava que a felicidade residia na tranquilidade, porém divergia quanto à forma de se alcançar a tranquilidade. Segundo Pirro, a tranquilidade viria do reconhecimento da impossibilidade de se fazer um julgamento válido sobre a realidade do mundo. Tal reconhecimento livraria a mente das inquietações e geraria tranquilidade. Este tipo de pensamente é, historicamente, relacionado à escola filosófica do ceticismo
No geral, entende-se que a felicidade não é uma condição permanente, e sim o sentimento de contentamento circunstancial, portanto não depende unicamente das aspirações do indivíduo.
Na contra-mão de todos esses conceitos, a felicidade segundo Jesus Cristo, não está associada à realização pessoal, mesmo que momentânea, e sim na aceitação e convicção de valores, como o amor ao próximo e a compaixão, além da resignação, obstinação e abnegação, descritos no texto conhecido como "Sermão da Montanha", ou "As bem-aventuranças"(Mt 05:01-11). Os mandamentos, conselhos e orientações nesse sentido, estão por todo novo testamento, especialmente no livro de Atos dos Apóstolos, onde os homens que aprenderam com o próprio Cristo, nos transmitem seus ensinamentos(Atos 20:35). 

Em resumo, o caminho da felicidade, mostrado pelo Senhor Jesus, não indica momentos de realização ou satisfação momentâneos, e sim o conjunto de ações e condutas que nos levam a cumprir seu principal mandamento- Ama ao teu próximo como á ti mesmo- Tendo como recompensa a garantia de uma vida abundante na eternidade prometida por ele- A verdadeira felicidade.  



quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A revelação de um Deus de amor que quer ser nosso pai

Desde os primórdios, o conhecimento da existência de um ser superior, responsável pela complexa engenharia da natureza e de todo o universo, tem sido a busca incessante de muitos sábios. Através dos milênios, o homem tem direcionado inúmeras pesquisas na tentativa de responder aos seguintes questionamentos:
-Deus existe?
-Se ele existe, porque permite o sofrimento e a maldade?
-Qual o objetivo da sua criação?

Certo dia,durante um diálogo sobre Deus e a religião, um homem já maduro, do alto dos seus mais de sessenta anos de idade me disse: - "A bíblia diz que depois de criar toda natureza, Deus criou o homem, segundo a sua imagem e semelhança". Discordando, o experiente observador completou: -"Não creio nisso. Acho que é exatamente o contrário- Depois de descobrir toda natureza, o homem criou a Deus, como um esteriótipo da sua vontade de  crescer e dominar tudo que existe- completou.

Observando as transformações do  mundo, Pela lente fisiologista da história, quase fui obrigado a concordar com o tal homem. Sua afirmação me fez recorrer ás palavras do mestre Jesus Cristo, quando disse: "Ou fazei a árvore boa, e o seu fruto bom; ou fazei a árvore má, e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore." (MT 12:23); Ou seja, pela maneira incoerente com que os líderes da maioria das religiões ensinam sobre Deus, vivendo e agindo, porém, em total descompasso com os seus próprios ensinamentos, aquele homem estava apenas fazendo uma leitura realista, ainda que fria, sobre a conduta da maioria das religiões.

Quando o assunto é Deus, cada religião ou filosofia, quer explicar em detalhes, todo perfil do caráter divino, ou, segundo seu conteúdo cultural, negar a existência do mesmo.

No Budismo, por exemplo, por não ser uma religião teísta,  não se tem a concepção de um Deus criador, onipotente e onipresente, nem na sua interferência nos assuntos que determinam passado, presente e futuro. Por outro lado se admite a existência de divindades, os chamados  Brahmas, que por sua vez, derivam da casta sacerdotal Indu.-Induísmo que é a  religião-madre do budismo e de outras filosofias.   É necessário porém, lembrar que, assim como em outras religiões ou filosofias, no budismo existem várias correntes de opiniões que discordam ou concordam com essa linha. O fundamental, no entanto, é que para o budista, o equilíbrio, entre as boas e corretas ações, frente aos eventuais deslizes, no passado, é o que determina o presente e o futuro, sendo o sofrimento, o grande legado deixado para o aperfeiçoamento do ser e de todo universo.

Nas três grandes religiões monoteístas- Judaísmo, Islamismo e Cristianismo- Se ensina sobre um único Deus criador e dominador, que preparou todas coisa que existem para a sua própria glória, criando depois o homem,para gerenciar toda natureza, compartilhando com o seu criador os resultados do seu trabalho como tributo à sua bondade.
Quero no entanto, tratar da revelação de um Deus, que diferentemente do que ensinam as religiões,  muito mais que dominador e dono de tudo que há, quer ter um papel  íntimo com a sua principal criatura- o homem.  Mas, para recebermos esta revelação, será necessário conhecer o seu mensageiro- Jesus cristo. Ao habitar entre nós, Jesus Cristo, não veio inaugurar uma nova religião, nem desfazer ou desqualificar as religiões existentes no seu tempo. Como íntimo de Deus(Mc 09:07), Jesus ensinou que a vontade do pai celestial, é que nos tornemos todos filhos, vivendo e desfrutando em comum, de toda vastidão da sua criação, Não balizados pelos preceitos e conceitos humanos.Como filhos de Deus, devemos estar limitados apenas pelas suas ordenanças de amor; pelo perdão; pela compaixão e o respeito mútuo.

Antes de se preocupar em ensinar preceitos e tradições religiosas, apesar de pertencer a linhagem judaica, o mestre Jesus, nos revelou a bondade do pai celestial, ao realizar seus muitos milagres, sendo inclusive censurado, nas ocasiões em que priorizou o socorro ao ser humano, deixando em segundo plano as leis e costumes da sua religião. (Mt 12:09-12).

Como nos ensinou o próprio Jesus Cristo, o amor do pai, que deve nos envolver é o mais importante. As diferentes  formas litúrgicas que usamos na adoração é o que menos interessa, pois o Senhor é o único que pode ler as intenções do coração.(Jo. 04:23 e Sl 139: 23)

Se prestarmos atenção, veremos que o diferencial da fé em Deus, não está no conteúdo filosófico, ou do conjunto de preceitos que regem a  religião, e sim nos resultados, em ações de amor, justiça, e misericórdia, valores que independem de bandeira ou de rótulo, mas que nos fazem todos irmãos, filhos de um só Deus de amor.